11.06.2006
Butterfly
"...E a pequena borboleta pousou suavemente à beira do precipício...
e foi lá que ela viu, despedaçando-se,
lá em baixo
lá no fundo
um coração...
mas, a uma certa altura, o coração parou de rolar. Ele se levantou, bateu a poeira com as mãos, e, novamente
caiu de joelhos.
Foi então que ele viu, no meio das negras pedras,
Uma flor. Minúscula, sôfrega.
Ela se inclinava em direção à escassa luz que havia
No fundo daquele precipício.
Uma lágrima rolou daquele coração ? não pela sua dor ?
Mas porque ele sabia que ela, aquela pequena vida,
Nunca alcançaria a luz. E outra caiu, porque ele viu
Que ela jamais desistiria.
Rebuscou algo nos bolsos, mas nada satisfatório aparecia.
Mas, de repente lembrou-se da algo que possuía
Algo de valor, muito importante. Era uma lembrança.
Uma lembrança triste, mas muito brilhante.
Então ele apoiou a lembrança num certo ponto do penhasco
E a luz, refletida, incidiu na pequena flor.
Ela, por sua vez, desabrochou mostrando que aquele momento;
Aquele momento era o que buscara a vida toda.
O coração aspirou aquele perfume único, levantou
E começou a escalar as íngremes paredes.
Ele alcançou, então, o lugar de onde caíra.
E ele nunca pareceu tão bonito.
O coração sentou-se à beira do precipício e percebeu
Que ele já não era tão escuro nem tão solitário.
E olhou para a pequena borboleta e começou a falar:
"Quando caímos, a única coisa que conseguimos ver são as coisas que estão caindo;
não enxergamos os que caem conosco. Quando estamos lá embaixo e paramos para avaliar a situação, então vemos que, além de não sermos os únicos, há situações piores. Mas todo mundo já sabe disso. Só não sabem que, se você estender a mão, por pior que esteja, a recompensa consegue valer mais do que você poderia supor".
"E qual foi a verdadeira recompensa, coração?" disse a borboleta.
"Eu percebi que não era verdade que a flor nunca alcançaria a luz. Mas que ela nunca a alcançaria SOZINHA. E, mais que isso, que às vezes devemos abandonar lembranças tristes da nossa vida para que possamos iluminar a vida dos outros, e a nossa também".
Ele se levantou e seguiu seu caminho com uma luz diferente nos olhos. Estava renovado.
A pequena borboleta desceu o penhasco ziguezagueando até a flor; pasma ficou quando não a encontrou.
E viu que, então, o coração havia conseguido superar a queda por mérito próprio, e, mesmo assim, compartilhou com ela seu aprendizado. O insetinho sorriu, benevolente, e voltou à superfície.
Então, a pequena flor, abraçada naquela triste lembrança, se desfez."

By Sacerdothyza
Escrito por Patric Dexheimer as 2:00 PM

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Nome: Patric Dexheimer
Idade: 24 Anos
Cidade: Guaporé/RS

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