8.13.2009
Chalice Of The Void
“Mistério. O que significa essa palavra? Seria algo contado pelos sábios através de palavras de poder e escrituras perdidas? Uma visão da Deusa revelada somente as vistas escolhidas pela Própria? O mais requintado dos gostos? Ou o mais inebriante dos cheiros? Ou ainda o cantar da mais hipnotizante das ninfas? Seria mesmo Merlin o portador de tanto mistérios quanto ele parecia aparentar? Eu não sei...
A busca pelo cálice ficou conhecido como ‘A procura por Deus’ por alguns, e como ‘A caçada Maldita’ por outros. Mas eu estava lá, e vi! Galahad segurou-o por 3 segundos, e tombou como se nunca houvesse uma centelha de alma em seu corpo. A maioria dos homens fugiu temendo a morte, mas fiquei chocado por alguns instantes antes de segui-los. Mas obviamente não pelo defunto. Qual o Mistério que Galahad teve ao encostar no Santo Cálice? Teria sido uma sensação da superfície do cálice que o matou? Talvez o cheiro do suposto sangue sagrado de Cristo ainda impregnado em seu fundo. Eu acho que sei o que foi. Lembro-me bem de sua superfície lustra, quase como se tivesse sido recém forjada. Cintilava o brilho do sol a todos presentes. Galahad olhou bem o reflexo perfeito e convexo de sua superfície e viu seu próprio reflexo. Para mim, esse cálice mostra a essência da pessoa que ousar fixar seus olhos nela! Esperando ver a maior verdade de seu Deus, ele viu a si próprio, e nada pode ter sido pior que enxergar a parte podre de todos nós refletida na mais pura das obras de Deus! Esta visão foi seu fim. Esta mistura nada homogênea de divino e humano foi insuportável a seus olhos. Não senti pena, pois isso me faz crer que ele escolheu seu destino. Não ouso tentar descobrir a escuridão contida em seu coração para que um simples cálice resultasse nisso. E não ousei também encostar em tal. Tenho medo do que posso ver. E tenho um mistério maior a descobrir com meu pai antes de encarar esse reflexo dos ‘campos da verdade’ de minha Deusa. " Diário de Sir Mordred, 539 d.c.
Escrito por Patric Dexheimer as 7:03 PM | 1 Comentários

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8.07.2009
III - Life Room - The Truth In All of Us
…as visões voltam, lentamente criando imagens perdidas em vastos caminhos de névoa. Vejo uma mulher, de cabelos pretos, encaracolados e olhos profundos me acariciando. Ela me seguro na queda. Seus olhos trocam de cor, suas feições mudam, e um fio de pavor corre por meu corpo novamente. Acordo. Num pulo me situo novamente na sala, e novamente o pavor me toma. A superfície macia é na verdade uma camada espessa de pó, acumulado por talvez milhares de anos. Assustado ponho as mãos no rosto, imaginando que talvez só restasse ossos e pele, pois tudo mais nesta sala parece ter sido literalmente pego pelo tempo. Mas não. Estou igual. A poeira começa a levantar, as sombras dançam novamente, visões de monstros e demônios despertam em minha mente mais uma vez.
- Maldita sala! – Grito, quando o chão começa a tremer, e aparições abomináveis tomam corpo através da sujeira, pó e restos da sala. Corro em direção a porta, mas mal consigo me mexer. Meu corpo está convulsivo de pavor, tudo em minha percepção parece responder mal, desde as pernas a minha própria visão e audição, mas continuo tortuosamente em direção a porta, sentindo somente um líquido gelado movido pelo horror correr por meu corpo. Meu corpo caindo abre a porta, e me deparo com o mais terrível das cenas. O Nada. Um infinito horizonte de inexistência. Não há cor, nem a falta dele. É como a visão de uma sensação de vazio. Não sinto mais meu corpo. Nem nenhuma sensação mais. Somente... nada.
Uma eternidade se passa, e algo parece estar sendo criado em minha mente. Uma visão estranha. Me vejo ao alto de um pilar, em meu caixão, com pessoas chorando ao redor. Não muitas. Não sinto tristeza, nem pena. Há alguém familiar, porém impassível ao funeral. Sinto um certo medo, ela olha para meu corpo e se retira. Tão rápido quanto ela se retira, meu corpo morto começa a ter convulsões, e o sangue começa a correr por minhas cavidades, enquanto as pessoas gritam em pânico e entram em um colapso inimaginável de pavor, paralisia e incredulidade quando meu corpo jorra sangue pela cena e grita: “Promessas!”.

Caio de costas, de volta a sala. Ela está limpa, há um baú brilhante em seu canto, uma foto de alguém desconhecido na parece, e há a luz forte do sol passando pela janela. As seqüelas que esperava ter em meu corpo devido a todo pânico e terror vivido parecem não ter criado raízes.

-Meu trabalho ainda não está terminado. E essa sala é a parte mais distante de mim. E a única tangível.




“pois todos somos insignificantes como latinhas
e enquanto as alinhamos com lágrimas
durante os anos
elas inevitavelmente enferrujam” - Pain of Salvation – Lilium Cruentus
Escrito por Patric Dexheimer as 7:55 PM | 0 Comentários

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