6.02.2006
Para Ela.
"A vida tem nos derrotado?
Eu vejo diante dos meus olhos, como se estivesse no meu leito de morte,
lembranças felizes, repletas de luzes, arrancadas de alguma festa, de alguma
noite em que eu esqueci que a noite é noite, horas escuras perdidas no
tempo, com começo e fim e todos os problemas do antes e depois.Vejo os
movimentos frenéticos cada vez mais lentos, o tempo parando... O tempo,
exatamente como o velho que imaginamos, o primeiro a ser derrotado pela
vida, sentado numa viga do teto. Admirando, registrando aquela cena com cada
um de seus detalhes. Com cada um de seus segredos. Nesta noite, todos
esqueceram do tempo. Mas logo serão cinco horas da manhã e logo todos
estarão pensando em ir embora. E todos terão esquecido este maravilhoso
segundo congelado.
A noite tem nos derrotado?
A noite sempre toca os pontos mais fracos da alma humana. As ruas estão
vazias, o ar está frio, a luz adormeceu, o quarto está vazio. Os amigos
foram para alguma festa e eu estou aqui. Sinto falta das luzes, do som
constante, sinto falta dos abraços descompromissados, do toque que "nada
significava" mas que podia devolver o calor para o sangue. Sinto falta das
noites atravessando qualquer rodovia, indo desta cidade para qualquer lugar,
adormecendo no colo de outro amigo, brincando com as feridas de nosso
passado e protegendo nosso futuro das dores que não queríamos sentir outra
vez - apesar de falarmos delas tantas e tantas vezes.
A solidão tem nos derrotado?
E cada vez surgem mais rostos. Por que devo amar um acima de todos? Tão
irônica a vida, me pôs neste corpo. Tão irônica a vida, acabei amando mais
que todos alguém com um corpo tão igual ao meu. Tão irônica a vida, acabamos
amando a mesma pessoa. E agora, meu "eu te amo" para outros pode ferir quem
deveria ser a única pessoa amada? E no final, por amar tanto, vou acabar na
sarjeta, chorando, por que eu mesma não fui amada acima de todos?
Nossos vícios têm nos derrotado?
"Pull another glass for me, another one for you..." Porque o álcool, mais do
que tudo, me arranca do tempo e do espaço. Porque o cigarro, mais do que
tudo, me isola do mundo e do pensamento. Porque tudo que vai me destruindo
por dentro, destrói um pouco da dor, diminui um pouco do vazio. Porque o
álcool, o cigarro e aquele ambiente esfumaçado e escuro me libertam de todas
minhas travas, todas minhas dúvidas, todos meus medos. E todas as
conseqüências para enfrentar fazem eu me lembrar que estou viva. E que
estando viva, me matei um pouco mais.
Nossa consciência tem nos derrotado?
A festa acabou, a semana começou, as provas não acabam nunca, alguns
sacrifícios feitos para estas pessoas, outros sacrifícios feitos para essas
pessoas, alguns sacrifícios feitos para mim. Quem sabe fôssemos um pouco
mais egocêntricos (e muito mais fortes), menos sacrifícios teriam que ser
feitos.
A vida tem nos derrotado, amor. Amores. E ainda assim, não desistimos de ser
felizes. No final, tudo se tornará mecânico, tudo será feito porque tem que
ser feito, e num desses baixos da vida, vamos desistir de voltar para
superfície. Mas ainda não. Ainda não.
A vida tem nos convencido de que não devemos desistir de ser felizes. E
enquanto ela nos convencer a lutar, sim, a vida estará aí, nos derrotando.
Porque nem alegria, nem tristeza nenhuma irá para o túmulo. Seja o túmulo da
mente, ou do corpo.

Com amor, R.

P.S.: Analisando bem... É a vida que nos derrota, mas nós que recebemos o
grande prêmio." Post By Anonymus
Escrito por Patric Dexheimer as 10:23 AM

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